Histórico
A história do 3ºCentro de Geoinformação tem origem em feitos desbravadores ocorridos durante a 2ªGuerra Mundial.
No período em que o Brasil enfrentava os problemas oriundos do grande conflito, o Serviço Geográfico Militar enviou ao Nordeste Brasileiro, em 1941, mais especificamente para as cidades de Recife-PE, João Pessoa-PB e Natal-RN, o Destacamento Especial do Nordeste (DEN).
O DEN, comandado pelo então TC Djalma Polli Coelho, era composto por oficiais e alunos do Curso de Geodésia da Escola Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia (IME), por militares da então 1ª Divisão de Levantamento (Porto Alegre - RS) e 06 (seis) Primeiros-Tenentes da Reserva, possuidores do Curso Complementar da Escola de Engenheiros Geógrafos Militares.
Trabalhos de campo do DEN, chefiado pelo TC Djalma Polli Coelho (primeiro da esquerda).
A missão precípua daquele Destacamento era realizar uma triangulação geodésica, que serviria de base ao levantamento aerofotogramétrico da região nordeste, em atendimento às necessidades estratégicas ocasionadas pelo conflito. No entanto, como um subproduto, o Destacamento realizou ainda a medição do Arco Meridiano do Nordeste, situado na parte mais Oriental do Continente Americano. Com os resultados obtidos, o DEN forneceu ao Serviço Geográfico Militar, elementos subsidiários para utilização em projetos futuros, pois, até então, só se usava como base o Arco do Peru, remedido em 1899-1900 pelo Serviço Geográfico do Exército Francês.
À frente do DEN, plenamente dedicado às missões na região nordeste, o Ten Cel Polli Coelho executou aerolevantamentos rápidos e progressivos, de modo que a tropa encarregada da defesa da região pudesse dispor de informações cartográficas atualizadas e mais detalhadas. No total foram realizadas 77 missões de voo, tomadas 7.923 fotografias aéreas, cobrindo uma área de 38.165 Km2. As primeiras Cartas na escala 1:50.000 foram utilizadas pela tropa da 7ª Região Militar, já em 1942.
Em 1944, o DEN concluía a impressão das folhas topográficas provisórias do litoral nordestino e o lançamento de uma triangulação de alta precisão, capaz de assegurar o apoio geodésico na grande extensão Norte - Sul da área de levantamento. Desta forma, após concluídas suas missões, foi extinto o Destacamento Especial do Nordeste.
Passados mais de dez anos, aumentavam os interesses em dar continuidade ao mapeamento do litoral nordestino, área estratégica para Defesa Nacional.
Em 16 de julho de 1958, por intermédio da Portaria Reservada nº 116, o Exmo Sr Gen Ex Henrique Batista Duffles Texeira Lott, então Ministro de Estado e dos Negócios da Guerra, acolhendo a proposta do Exmo Sr Gen Aurélio Luiz de Farias, Diretor do Serviço Geográfico, foi criada a Comissão Especial de Levantamento do Nordeste (CELNE).
A CELNE se instalou em um casarão, no Bairro do Carmo, Olinda-PE, onde hoje funciona a Faculdade de Olinda, à época denominada Faculdade Olindense de Ciências Contábeis e Administrativas (FOCCA).
A Comissão tinha o objetivo de realizar tarefas de campo, levantamentos geodésicos e topográficos na região Nordeste, para produzir cartas de interesse da Força Terrestre.
Instalações da atual Faculdade de Olinda, antes ocupadas pela CELNE.
No ano de 1968, a CELNE passou a ocupar as atuais instalações do 3ºCGEO e, em 1º de janeiro de 1969, teve sua denominação alterada para 3ª Divisão de Levantamento (3ª DL), por intermédio do Decreto Presidencial nº 63.489, de 29 de outubro de 1968.
Por quase cinco décadas, a 3ªDL realizou inúmeros trabalhos de mapeamento pelo nordeste do país, atendendo a demandas importantes do Exército Brasileiro, participando de convênios com entes públicos, interagindo com as demais Forças Armadas e Auxiliares e, em última análise, contribuindo significativamente com o desenvolvimento e integração nacional, no que tange à região nordeste.
Pela 3ªDL, passaram muitos militares, de carreira e temporários, como também servidores civis, todos unidos em prol do mapeamento de tão nobre região.
Instalações da 3ª Divisão de Levantamento.
Durante sua existência, a cartografia sofreu grandes mudanças, tendo início no mapeamento clássico, com alto teor artístico, passando pela automatização e chegando à era digital. Da mesma forma, os levantamentos topográficos, dificultados pelos pesados e arcaicos equipamentos, passaram a contar com modernos rastreadores de satélite e precisas estações-totais.
Assim foi construída a história da 3ªDivisão de Levantamento, com muito trabalho e muitas inovações.
Com as constantes mudanças e evoluções tecnológicas, visando atender às atuais necessidades da Força Terrestre de fornecer produtos de geoinformação, extremamente atualizados e adequados às demandas da área sob responsabilidade do Comando Militar do Nordeste (CMNE), esta Organização Militar teve, por intermédio da Portaria nº 1.716, de 26 de dezembro de 2016, alterada mais uma vez sua denominação, passando a ser o atual 3º Centro de Geoinformação, permanecendo nas mesmas instalações, na Avenida Joaquim Nabuco, 1687, em Ouro Preto, Olinda-PE.
Vista aérea do 3º Centro de Geoinformação.
O 3º Centro de Geoinformação encontra-se fazendo uso do que há de mais moderno em recursos tecnológicos na área do mapeamento, com efetivo de militares e servidores civis, sendo um dos cinco Centros de Geoinformação subordinados diretamente a Diretoria de Serviço Geográfico, um Órgão de Direção Setorial do Departamento de Ciência e Tecnologia.
Vista lateral do pavilhão de comando do 3ºCentro de Geoinformação.
É importante destacar a atuação, durante toda a história, dos nobres carteanos que se dedicaram de forma irrestrita e com extremo profissionalismo à nobre missão de colocar a Pátria no papel, desde 1958 mapeando o nordeste brasileiro.
Mapear! Nobre missão!